quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Sermão/Pra. Nadia Malta e Manoela Malta/UMA CONSAGRAÇÃO CONTÍNUA

UMA CONSAGRAÇÃO CONTÍNUA
Romanos 12:1,2


OBJETIVO
Mostrar à igreja que para nos relacionarmos intimamente com um Deus Santo, precisamos nos santificar a cada dia.

INTRODUÇÃO
No texto lido, Paulo aponta para a dinâmica da santificação e destaca o Culto Racional como sendo o processo pessoal e singular através do qual conduzimos a nossa santificação, sem a qual, diz a Palavra, “ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12:14).

Porém, o Culto Racional, infelizmente, tem sido muito pouco praticado pelos cristãos hoje em dia, porque é um culto que passa pela razão, passa pela vontade e não pelo sentimento. Mas, não é isso que ouvimos facilmente. Muitas vezes, preferimos nos alimentar de mensagens açucaradas que confortam nossos corações e nos fazem permanecer na mesma mornidão espiritual que não nos incomoda, nem nos impulsiona a passar por cima dos apelos da nossa carne para dar lugar ao Espírito.

Compramos a ideia de que Deus simplesmente nos aceita como somos, mas esquecemos que Ele nos recruta para uma dura jornada de Santificação, de mudança, de abandono de antigas práticas que ferem o Espírito de Deus e repetimos sem culpa: “Quando Deus quiser, Ele vai me mudar!”. Deus QUER, o problema é que, muitas vezes, NÓS é que não queremos contrariar nossa carne. E é aí que o apóstolo Paulo nos convoca a nos apresentarmos como sacrifício santo e agradável a Deus que é o nosso CULTO RACIONAL.

MAS, PARA QUE POSSAMOS, MAIS ADIANTE, COMPREENDERMOS DE QUE SE TRATA O CULTO RACIONAL, ENQUANTO PROCESSO DE SANTIFICAÇÃO, PRECISAMOS, PRIMEIRO, PERCEBER ATENTAMENTE O QUE ELE NÃO É:
  • O culto racional não é “ir à igreja”. Ele transcende os limites do ajuntamento solene e das liturgias: ele é invisível, as pessoas em volta não o vêem enquanto ele acontece, elas vêem apenas os frutos dele em sua vida.
  • Ele não se baseia nos sentimentos, ou nas emoções, não se deixa conduzir pelos “emocionalismos” tão fáceis de acontecer em ajuntamentos: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto, quem o conhecerá?” (Jeremias 17:9). 

Ao contrário disso, o culto racional é fruto do conhecimento daquilo que Deus requer de nós: é fruto da obediência, é cumprirmos uma ordenança de Deus, mesmo quando a vontade da nossa carne pede o contrário.

MAS, AFINAL, EM QUE CONSISTE O CULTO RACIONAL DO QUAL PAULO NOS FALA? TRATA-SE DE UM PROCESSO PESSOAL E RACIONAL DE SANTIFICAÇÃO QUE COMPREENDE TRÊS ASPECTOS FUNDAMENTAIS E INEGOCIÁVEIS:

1. A entrega do Corpo a Deus (v. 1):
  • Antes de nos entregarmos ao senhorio de Cristo: nossos corpos eram usados como instrumento de iniquidade, destinado à satisfação imediata de todos os prazeres pelos quais a carne clama dia e noite, afinal, não somos pecadores porque pecamos, nós pecamos porque nossa natureza é PECAMINOSA.
  • Depois de nos entregarmos ao senhorio de Cristo: nossos corpos são consagrados a Deus como instrumentos de honra para o louvor da Glória de Deus. E essa consagração precisa ser diária: o jejum. Essa é a prática de colocar nossos desejos e inclinações pecaminosas no altar do sacrifício, para que, sendo elas sacrificadas, tenhamos cada vez mais comunhão com Deus, experimentando, assim, a genuína adoração.
  • Os pecados que abrigamos durante anos a fio, tornam-se ídolos em nossas vidas e, como tais, ocupam o lugar que só ao Senhor é devido! Por isso, o jejum de nossas inclinações nos conduz à verdadeira adoração, porque reposiciona o Senhor no lugar que é Dele em nossas vidas. 

2. Entrega da mente a Deus (v. 2a):
  • Vivemos hoje a cultura da normalização do pecado, da chamada “ética do desejo”, que diz que você precisa ser “coerente com seu desejo”. Isso nos é incutido por diversos meios, por slogans, por movimentos culturais, filosóficos, etc. A ideia é desfazer em nossas mentes a ideia de pecado, de certo e errado e levar-nos a achar que “tudo é certo, só depende do ponto de vista”. Isso é o movimento de “conformação”, é o movimento de fazer com que nossas mentes sejam “conforme o mundo”, conforme aquilo que o mundo dita. Mas não é isso que o Senhor espera de nós.
  • Em nosso processo de santificação, precisamos ser “TRANSFORMADOS PELA RENOVAÇÃO DAS NOSSAS MENTES”. Aqui, o termo “transformado” é usado com o mesmo sentido de “transfigurado”, como foi Jesus no Getsemani.
  • Aqui, Paulo nos convoca a uma transfiguração, a resplandecermos a Glória de Deus pela renovação das nossas mentes. E como nossas mentes serão renovadas? A resposta está em Hebreus 4:12: “Porque a Palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e os propósitos do coração”.
  • Quando nos enchemos da Palavra, nossas mentes são renovadas e nós somos transfigurados e passamos a refletir a Glória de Deus e nos tornamos aptos para discernir aquilo que se passa em nossa mente. E é através da Palavra de Deus que nós adquirimos uma mente nova: A MENTE DE CRISTO. E esse também é um exercício diário: “conhecer as Escrituras e o poder de Deus!”. Esse poder é o que nos transforma! 

3. A entrega da nossa vontade a Deus (v. 2b):
  • No último domingo, falamos sobre a entrega dos nossos sonhos a Deus, para que Ele realize em nós a Sua Vontade Santa, porque os pensamentos e os caminhos Dele são mais altos que os nossos.
  • A entrega da nossa vontade a Ele também faz parte do nosso Culto Racional, o sacrifício dos nossos sonhos para que os sonhos Dele resplandeçam em nós.
  • Assim como os nossos corpos devem servir à vontade de Deus, nossa vontade precisa, igualmente, estar sujeita aos planos eternos Dele. E isso é um exercício de santidade na medida em que nos tira do centro e coloca Jesus no centro de todas as coisas e, dessa maneira, nos “humilhamos ante a poderosa mão do Senhor, para que Ele, em tempo oportuno, nos exalte” (I Pedro 5:6)! 

4. Qual o resultado dessa entrega? (v. 2c):
  • Vamos experimentar a BOA, AGRADÁVEL E PERFEITA VONTADE DE DEUS, porque todo o nosso ser: corpo, alma, espírito, vontade, estarão debaixo do senhorio de Cristo.
  • O processo de santificação forja em nós o caráter e a mente de Cristo.
  • Apressamos o cumprimento da vontade de Deus em nossas vidas, na medida em que prestamos a Ele nosso Culto Racional.


ALGUMAS LIÇÕES PRÁTICAS QUE PODEMOS TIRAR DO ESTUDO DESSE TEXTO:
  1. A consagração precisa ser diária: algumas de nossas inclinações serão sempre o nosso espinho na carne, que nos lembrará o quanto somos radicalmente dependentes de Deus, por isso, precisamos vigiar e orar. Nossa carne não se converte, ela precisa ser domada!
  2. Precisamos estar alertas: a salvação instantânea do espírito não significa transformação imediata do nosso caráter e das nossas inclinações. Lucas 21:19 nos diz: “É na vossa perseverança que ganhareis a vossa alma”.
  3. Precisamos JEJUAR para matar a carne de fome: tudo aquilo que nos rouba de Deus precisa morrer em nós. 

Em Cristo,
Pra. Nadia Malta
Manoela Malta

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